domingo, 14 de abril de 2024

Comentando sobre: Uma Família Feliz - Raphael Montes - Livro e filme


Neste livro o mestre do suspense Raphael Montes desbrava as tensões das relações familiares e do mundo de aparências de um condomínio perfeito, em uma trama complexa sobre infância e maternidade.

Eva tem a vida perfeita. Seu marido é um jovem advogado em ascensão. Suas filhas gêmeas são lindas, inteligentes e saudáveis. Seu trabalho, a arte reborn, é um sucesso na internet. À sua volta, tudo está à mão: o Blue Paradise, condomínio fechado de classe média-alta na Barra da Tijuca, oferece todo tipo de serviço para que ela não precise sair do conforto de seu lar. Eva tem a vida perfeita ― até descobrir que está grávida e seu mundo virar de cabeça para baixo.

Conhecido por seus suspenses de tirar o fôlego, com mais de 500 mil exemplares vendidos, Raphael Montes inova ao começar este thriller psicológico pelo último capítulo. Assim, como uma bomba-relógio prestes a detonar, acompanhamos os caminhos surpreendentes e as tensões que levam essa família feliz a um final avassalador.

Filme

O filme chega aos cinemas e leva para a telona o suspense característico do escritor Raphael Montes. Com da premissa que “de perto, ninguém é normal”, o longa-metragem desenvolve uma narrativa assombrosa e perturbadora – até certo ponto.

Eva está grávida e, para quem vê de fora, tem uma vida perfeita ao lado de Vicente e de duas filhas. Os problemas começam a aparecer gradativamente e se acentuam quando, em meio à aparente depressão pós-parto da protagonista, o recém-nascido surge com sinais de agressão pelo corpo.

A tensão está presente desde as primeiras cenas, firmada principalmente na ótima atuação de Grazi Massafera. É pelas expressões da atriz, aflita e assustada mesmo em meio à comemoração do aniversário das filhas, que notamos algo de inquietante no dia a dia supostamente pacato de Eva.

Da direção de arte à trilha sonora, passando pela fotografia e os cenários, tudo ali opera para criar um contexto horripilante em torno da protagonista. Uma boa sacada foi cercá-la de bonecos, pavorosos, confeccionados pela própria personagem, que trabalha criando bebês reborn.

Na trama aparecem questões referentes à maternidade, ao puerpério e ao machismo. O filme também evoca outras temáticas, como o abuso sexual, mas todas elas eclodem na parte final da história, quando o suspense se esvazia e a verdade se revela.

O longa mantém um bom suspense por quase duas horas, mas derrapa no desfecho.

O gênero thriller ainda é raro no cinema brasileiro. Contudo, são cada vez mais explorado ainda com poucos títulos por aqui.

O grande mérito da produção é a capacidade de manter os olhos vidrados da audiência por quase duas horas, sem perder sua atenção em qualquer cena. O dissabor fica mesmo para o desfecho, desenvolvido em cerca de 5 minutos, muito aquém da expectativa gerada e do nível apresentado até ali.

A premissa que o autor pareceu querer desenvolver desde o início – a história original do filme rendeu um livro com o mesmo título, também escrito por ele – precisava de um cuidado maior na adaptação.

Uma Família Feliz leva o suspense ao ápice e dá ao público um leque de possibilidades sobre o mistério que envolve aqueles personagens. O plot twist pode não surpreender o espectador mais atento, e a resolução poderia ser mais criativa.

Elenco:

Grazi Massafera
Reynaldo Gianecchini
Luiza Antunes
Juliana Bim

Assista o trailer:

terça-feira, 9 de abril de 2024

Resenha: A Paciente Silenciosa - Alex Michaelides


Um suspense psicológico que mergulha nas profundezas da mente humana, explorando segredos sombrios e traumas enterrados. 

A história gira em torno de Alicia Berenson, uma famosa pintora que é encontrada em sua casa, coberta de sangue, ao lado do corpo de seu marido, Gabriel. O que choca ainda mais é que Alicia permanece completamente em silêncio desde o assassinato, recusando-se a falar uma única palavra sobre o que aconteceu naquela noite fatídica.

Theo Faber, um psicoterapeuta determinado e ambicioso, fica fascinado pelo caso de Alicia e vê nele uma oportunidade de provar sua habilidade e desvendar o mistério por trás do silêncio da paciente. Enquanto Theo mergulha cada vez mais fundo na vida de Alicia, ele descobre segredos perturbadores sobre seu passado e seu relacionamento com Gabriel.

Michaelides habilmente tece uma narrativa repleta de tensão e suspense, alternando entre o presente de Theo e os eventos passados que levaram ao assassinato. Ele cria uma atmosfera de paranoia e desconfiança, levando o leitor a questionar constantemente as motivações e a verdade por trás das ações dos personagens.

O autor também explora temas como trauma, memória reprimida e a natureza da arte, acrescentando camadas de complexidade à trama. À medida que Theo se aproxima da verdade, ele se vê confrontado com suas próprias obsessões e fragilidades, tornando-o um protagonista intrigante e multifacetado.

Com reviravoltas inteligentes e arrebatadoras, este livro prova ser um thriller psicológico digno de destaque no cenário literário contemporâneo.

Opinião

Nesta obra, o autor nos guia por um raciocínio quase que linear, fazendo-nos pensar em acontecimentos progressivos e suas consequências ao longo da trama.

Somos levados a pensar diversas hipóteses para a protagonista, ignorando, muitas vezes, os fatos diante de nós.

Nos capítulos finais, somos surpreendidos por um plot tão grande, que nos faz ler em pé em ritmo frenético. O enredo, nesta parte, é muito semelhante ao livro "Suicidas", de Raphael Montes.

E haja café para acompanhar.

Quando pensamos que vem a resolução da história, o livro acaba.

Igual nos filmes, quando esperamos pela cena final, aparece os créditos.

Vídeo com resumo e explicação do final.



Veja também a sinopse do livro 'a paciente silenciosa'. 

domingo, 31 de março de 2024

Livro O Mistério Amarelo da Noite - Fabio Lisboa


 A melhor maneira de enfrentar o medo é brincar com ele e desmistificá-lo. Este livro faz exatamente isso. Ele conta a história de um menino que está voltando sozinho para casa e, de repente, fica no escuro total. Seus pés chutam uma garrafa, um cachorro se assusta e começa a correria, uma perseguição maluca que o leva o até o Beco Escuro. Escuridão, ruídos estranhos, sombras, uma casa vazia e... lá está o mistério amarelo da noite. Inspirado em sua prática de contador de histórias, Fabio Lisboa coloca em livro esses elementos fascinantes que instigam o leitor a lidar com seus sonhos e usar a imaginação. E, no final, o leitor é convidado a se juntar ao autor e desvendar à sua maneira o mistério amarelo daquela noite.

A narrativa nos transporta para o mundo dos medos e da coragem, da noite e das estrelas, da cidade e da natureza que a ela sobrevive. Texto fluido e divertido. Ilustrações primorosas.

Sobre o autor

Fabio Lisboa, autor premiado, palestrante e contador de histórias profissional há mais de 20 anos. Desde criança ouvia as leituras de sua mãe e os causos de seu avô. Conta e forma pais, professores e outros profissionais em escolas, bibliotecas e empresas mas já contou em festivais nacionais, nas cinco regiões do país, e internacionais, no meio do gelo, no Canadá, e no meio do deserto, nos Emirados Árabes! Graduado em Comunicação Social-ESPM e Letras-USP, Ludoeducador (e formador) pela IPA-Brasil (International Play Association - Associação Brasileira pelo Direito de Brincar e à Cultura), pós-graduado em A Arte de Contar Histórias: abordagens poéticas, literária e performática. Desenvolve projetos em centro culturais, editoras, escolas, bibliotecas, empresas, universidades, SESCs, livrarias, ONGs, TV Cultura. Fundador do blog Contar Histórias www.contarhistorias.com.br

domingo, 24 de março de 2024

As crianças esquecidas de Hitler: A verdadeira história do programa Lebensborn - Ingrid von Oelhafen.


Em meados de 1942, os país da Iugoslávia ocupada pelos nazistas foram obrigados a submeter os filhos a exames para avaliar sua “pureza racial”. Uma dessas crianças, Erika Matko, tinha apenas nove meses quando os médicos a declararam apta a se tornar uma “Criança de Hitler”. Levada para a Alemanha, Erika recebeu o nome de Ingrid von Oelhafen. Muitos anos depois, Ingrid começa a descobrir sua verdadeira identidade.

As garras do nazismo foram tão profundas, amplas e duradouras que ainda hoje nos surpreendemos com detalhes dos seus horrores. O programa Lebensborn, criado por Heinrich Himmler, foi responsável pelo rapto de nada menos que meio milhão de crianças por toda a Europa. Esperava-se que, depois de passar por um processo de “germanização”, elas se tornassem a geração seguinte da “raça superior” ariana.Foi assim que Erika Matko tornou-se Ingrid von Oelhafen. Com um texto que remete aos bons livros de suspense, acompanhamos Ingrid desvendando seu passado – e toda a dimensão monstruosa do programa Lebensborn e sua consequência na vida de tantos inocentes. Embora os nazistas tenham destruído muitos registros, Ingrid descobriu documentos raros sobre o programa, incluindo depoimentos do julgamento de Nuremberg.

“Este livro é um relato pessoal, mas também uma análise da História. Foi escrito numa época em que o mundo está se fragmentando numa hostilidade ainda maior entre países, regiões ou religiões. Uma parte dessa hostilidade acaba se transformando em pequenas guerras odiosas – um grupo étnico que destroça o outro ou uma vertente de uma crença que explode quem considera menor aos olhos algo maior.”


Sobre o autor


Leitura complementar: Max - Sarah Cohen-Scali.

domingo, 17 de março de 2024

O engenheiro da morte: A participação da elite alemã no Holocausto - Marcio Pitliuk


A ambição e a corrupção no interior do regime nazista em um romance que revela as várias faces da natureza humana.

Em 1942, Hitler avança na conquista da Europa. Crescem os campos de trabalho forçado e extermínio, que passam a escravizar e matar, de forma sistemática, quem não tem utilidade para o Terceiro Reich – aqueles considerados inferiores, que não se enquadram nos critérios definidos pela ideologia nazista. Mas a indústria da morte custa caro, e a Alemanha ainda não se recuperou dos prejuízos da Primeira Guerra. É preciso encontrar, e rápido, uma solução econômica de grande escala para um problema crescente.

Carl Farben costumava ser um simples engenheiro químico em uma grande empresa alemã. Ambicioso e com sede de poder, ele não hesita em aceitar a oportunidade de desenvolver um produto que permitirá liquidar milhões de pessoas a um baixo custo para o Reich, mas com lucros imensos para os empresários.

Martina Kaufmann era uma jovem judia alemã estudiosa, que sonhava em seguir uma carreira promissora, como o pai. Mas, com a implementação das leis antissemitas e a perseguição crescente aos judeus, ela passa a viver escondida, conseguindo, a duras penas, sobreviver à guerra. Agora, Martina é uma mulher que anseia por justiça, e o passado baterá à porta daqueles que colaboraram com o genocídio de milhões de vítimas.

Eletrizante e perturbador, O engenheiro da morte é uma denúncia histórica, ambientada em fatos documentados, da participação de grandes indústrias na disseminação da ideologia nazista e um lembrete pungente de que as memórias da guerra não devem ser esquecidas.

Sobre o autor

Marcio Pitliuk é um dos maiores especialistas brasileiros no Holocausto e, desde 2008, se dedica a divulgar o que é considerado o maior crime da Humanidade. É diretor no Brasil do Yad Vashem, o mais importante centro de pesquisas e ensino do Holocausto, sediado em Jerusalém, além de curador do Museu da Imigração Judaica e Memorial do Holocausto de São Paulo. Sobre esse tema, faz palestras, realizou três longas-metragens e escreveu quatro livros. Este é o segundo publicado pela Editora Vestígio, o primeiro foi O homem que venceu Hitler.

domingo, 10 de março de 2024

Os delírios das multidões: Porque as pessoas enlouquecem em grupos - William J. Bernstein


Inspirado no clássico do século XIX de Charles Mackay, A História das Ilusões e Loucuras das Massas, Bernstein se envolve com a ilusão em massa com a mesma curiosidade e paixão, mas armado com as pesquisas científicas mais recentes que explicam as raízes biológicas, evolucionárias e psicossociais da irracionalidade humana. Bernstein conta as histórias de histerias dramáticas, religiosas e financeiras, na sociedade ocidental nos últimos 500 anos — da Loucura Anabatista que afligiu os Países Baixos na década de 1530 às perigosas crenças do fim dos tempos que incitam o Estado Islâmico e permeiam a polarização dos Estados Unidos de hoje; e da bolha da Mares do Sul ao escândalo da Enron e às bolhas pontocom dos últimos anos. Por meio da prosa maleável de Bernstein, os participantes são tão exuberantes quanto sua motivação, invariavelmente “o desejo de melhorar o bem-estar de alguém nesta vida".

“Uma intrigante atualização contemporânea do clássico de Charles Mackay de 1841, A História das Ilusões e Loucuras das Massas. Os leitores vão estremecer com a histeria frequentemente sangrenta que acompanhou a Reforma, revirar os olhos em nossa incapacidade de resistir aos esquemas de enriquecimento rápido e rir do movimento norte-americano que aguardava o fim do mundo em 1843 ― tudo isso torna esta leitura fascinante e perturbadora. Uma contribuição bem pesquisada, abrangente e desencorajadora no gênero por-que-as-pessoas-fazem-coisas-estúpidas.” ― Kirkus Reviews

Fragmento do livro.

Uma fascinante nova história sobre histerias religiosas e financeiras dos últimos cinco séculos.

“Nós somos os primatas que contam histórias”, escreve William Bernstein. “E não importa quão enganosa seja a narrativa, se for convincente o suficiente quase sempre superará os fatos.” Como Bernstein mostra em seu novo, eloquente e persuasivo livro, Os Delírios das Multidões, ao longo da trajetória humana, histórias convincentes catalisaram a disseminação de narrativas contagiosas por meio de grupos suscetíveis ― com severas e muitas vezes desastrosas consequências.

As crônicas de Bernstein, tão reveladoras da natureza humana quanto historicamente significativas, revelam o alto custo e as implicações alarmantes das histerias em massa como, por exemplo, a forma pela qual a crença na época do fim dos tempos afetou profundamente a política dos Estados Unidos em relação ao Oriente Médio. Bernstein observa que, se pudermos absorver a história e a biologia da ilusão de massa, podemos reconhecê-la mais prontamente em nosso próprio tempo e evitar seu impacto frequentemente terrível.

Sobre o autor

William J. Bernstein é neurologista, teórico financeiro e historiador cujos livros incluem Uma Troca Esplêndida, Masters of the Word, Uma Breve História da Riqueza e The Four Pillars of Investing. É cofundador da empresa de gestão de investimentos Efficient Frontier Advisors e escreveu para publicações como o Wall Street Journal e a revista Money. Foi o vencedor do Prêmio James R. Vertin 2017 do CFA Institute. Atualmente Bernstein mora no Oregon, Estados Unidos.

domingo, 3 de março de 2024

A polícia da memoria - Yoko Ogawa.


Neste romance, em prosa ao mesmo tempo estranho e sensível, o leitor é conduzido ao mundo das memórias perdidas. Uma ilha é vigiada pela “polícia secreta”, que busca e elimina vestígios de lembranças. Objetos, espécies e até famílias inteiras somem sem deixar rastros, sem que as pessoas sequer se atentem, ou percebam os desaparecimentos, pois as recordações furtivamente também já se foram. Na trama, uma escritora tenta manter intactos resquícios de histórias, de algo que possa permanecer. Não é fácil, já que tudo ao redor desaparece, e ela não pode contar sequer com a própria memória. O leitor é convidado, instintivamente, a acessar o seu próprio arcabouço de lembranças e percorre uma jornada de recordações que também gostaria de preservar. Algo que tem se tornado familiar na atualidade, e a todos que têm criado um novo mundo, já que o anterior, pré-pandemia, não  existe mais, e nunca será como antes. Acessar as memórias é acessar, também, o que criamos e o que se mistura ao real. E ler A polícia da memória é embarcar no mais profundo do ser. Há uma pergunta que circunda toda a narrativa: se pudesse, o que você preservaria intacto, e não perderia da memória?

Ogawa traz com maestria uma obra rompe barreiras e obrigatória, ainda mais em tempos sombrios e incertos. Nos deixa a sensação de que somos roubados diariamente e não nos damos conta disto. São pequenos furtos, aqui é acolá, que vão destruindo nossas histórias, patrimônios e essência como ser humano. Vivemos um processo de desintegração. Excelente narrativa e leitura obrigatória.

Sobre o Autor

Sua vocação foi despertada precocemente por clássicos infantis, graças a um sistema de assinatura de livros de que a família dispunha. Gosta de citar O diário de Anne Frank como uma referência decisiva para perceber a escrita como via possível e necessária de autoexpressão. Estudou escrita criativa e publicou diversos livros, entre ficção e não ficção. A autora vive atualmente em Ashiya, província de Hyogo ― nas proximidades de Kyoto. Arrebatou todos os prêmios referenciais do meio literário japonês.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Babel: Ou a necessidade de violência - R. F. Kuang.


Em 1828, um menino se torna órfão pelo rastro do cólera em Cantão, na China. Sob o nome de Robin Swift, ele é levado a Londres pelo misterioso professor Lovell e por anos se dedica ao estudo de diversos idiomas, como latim e grego antigo, preparando-se para um dia ingressar no prestigiado Real Instituto de Tradução da Universidade de Oxford, conhecido como Babel.

Com sua torre imponente que guarda segredos inimagináveis, Babel é o centro mundial do saber. No Instituto, Robin descobre que aprender a traduzir é também aprender a dominar a magia. Através de barras de prata encantadas, é possível manifestar as nuances e os significados perdidos na tradução ― e essa arte trouxe aos britânicos uma dominância sem precedentes. Para Robin, Babel é uma utopia dedicada à busca do conhecimento. Mas o conhecimento obedece ao poder...

Chinês criado na Grã-Bretanha, o jovem começa a se questionar se servir a Babel significa trair sua pátria e se vê dividido entre a Instituição e uma obscura organização destinada a impedir a expansão colonialista. Quando a Grã-Bretanha vislumbra entrar em guerra com a China motivada por prata e ópio, Robin vai precisar escolher um lado. Afinal, será possível mudar as instituições por dentro ou a violência é inerente à revolução?

Em uma narrativa brilhante, visceral e sombria, R.F. Kuang ― autora da aclamada trilogia A Guerra da Papoula e um dos maiores nomes da fantasia atualmente ― revisita e reescreve a Revolução Industrial na Inglaterra e a história colonial da China na década de 1830. Vencedor dos prêmios Nebula e Locus, Babel ou a necessidade de violência é ao mesmo tempo uma carta de amor e uma declaração de guerra, abordando temas como revoluções estudantis, resistência colonial e o uso da linguagem e da tradução como ferramenta dominante do império britânico.

Sobre o autor

R.F. Kuang é escritora, tradutora de mandarim e bolsista da Marshall Scholarship. Mestra em Filosofia na área de Estudos Chineses por Cambridge e em Estudos Chineses Contemporâneos por Oxford, atualmente cursa o doutorado em Literatura e Línguas do Leste da Ásia em Yale. Vencedora dos prêmios Nebula e Locus por Babel ou a necessidade de violência, Kuang também é autora da trilogia best-seller A Guerra da Papoula ― que foi indicada a diversos prêmios, incluindo o Hugo ― e de Yellowface.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Cine Pipoca nº 029 - Edição especial.


Caia na folia no seu sofa!
Para esse feriadão temos filmes leves e outros nem tanto. Como no caso de "Meu malvado favorito 4", para assistir em família. Já "Belfast" é um filme mais denso e também temos Henry Cavill, (superman), em "Argylle: O superespião" e muito mais. Vamos conferir!


Elly Conway escreve romances sobre um agente secreto que tem a missão de desvendar um sindicato global de espionagem. No entanto, quando seus livros começam a refletir as ações secretas de uma organização de espionagem da vida real, a linha entre a ficção e a realidade começa a ficar confusa.



Super poderes pode ser o desejo de muitos, mas no filme Code 8 - Renegados, ter poderes torna os poderosos à margem de tudo. No universo criado por Chris Pare e pelo diretor Jeff Chan, 4% da população desenvolveu habilidades especiais. Entre eles está um jovem que tem poderes surpreendentes, mas que passou a vida toda escondendo na busca de ser uma pessoa normal. Sem emprego e com a mãe doente, ele passou a fazer de tudo para salvá-la.



Um jovem rapaz de nove anos terá de encontrar o seu caminho num mundo que, subitamente, se virou do avesso. A sua comunidade estável e carinhosa, e tudo o que ele aprendera sobre a vida, transformara-se para sempre; mas a alegria, o riso, a música e a magia inerente ao cinema permaneceram... Escrito e realizado pelo ator e realizador já nomeado para os Oscar®, Kenneth Branagh, "Belfast" é a história tumultuosa, terna e intensamente pessoal da infância de um rapaz, durante o agitado do final dos anos 60 na cidade de Belfast.


Ana (Camila Mendes) é uma estagiária de arte que é convidada para uma viagem de trabalho para Londres, pela sua super chefe. No entanto, o destino a coloca na primeira classe do avião, ocasionando um encontro com o jovem William (Archie Renaux), um belo rapaz de família rica que vai mudar sua história!



Gru enfrenta um novo inimigo na nova sequência, Maxime Le Mal e sua namorada Valentina. Diante do risco eminente, a família é forçada a fugir — mas não sem lutar, descobrindo que o novo e pequeno membro da família pode ter herdado certas habilidades do pai.

Você também pode gostar de: Cine pipoca 028.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

A biblioteca dos sonhos secretos - Michiko Aoyama.


Uma história sobre a magia dos livros e seu poder de conectar pessoas.

O que você procura?

Essa é a pergunta que a enigmática Sayuri Komachi faz a quem visita a biblioteca do Centro Comunitário de Tóquio em busca de ajuda.

A lista de livros que ela recomenda sempre contém um título inusitado que se torna o agente de uma mudança.

Em cinco histórias independentes que se entrelaçam de maneira sutil, você conhecerá pessoas que estão em momentos diferentes da vida, lidando com situações como a frustração no trabalho, a falta de oportunidades, o medo do fracasso e a vontade de começar de novo.

A Sra. Komachi tem o dom de saber exatamente de qual livro cada visitante precisa para mudar de perspectiva e voltar a alimentar seus sonhos.

Às vezes, as mudanças mais transformadoras não são as mais grandiosas: são aquelas que nos fazem ver a vida – e suas infinitas possibilidades – de uma maneira inteiramente nova.

E você? O que está procurando?

Opinião

A estrutura do livro é interessante: são pequenos contos, focalizando, cada um, uma personagem principal que está vivenciando um momento chave, e há duas personagens comuns a cada um deles, justamente a bibliotecária e a sua estagiária, consultadas a cada história.

O que mais chama a atenção é o ritmo calmo e lento em que o enredo se desenvolve, acredito que representando a principal diferença cultural entre nosso país jovem e ocidental, comparado ao Japão milenar.